Caríssimos Irmãos da Sagrada Confraria de Salomão,
Hoje é o Dia do Saldado, Dia de Caxias, do nosso Herói Nacional que com sua singular sabedoria manteve a UNIDADE do Império e, conseqüentemente, a UNIDADE DO BRASIL. Se não fosse a mente prestigiosa de Caxias, o nosso querido Brasil, não teria as dimensões que tem.
Duque de Caxias tem para nós, Irmãos da Sagrada Confraria de Salomão, um valor inestimável, não somente por sua missão singular mas também por ter sido Grão-Mestre Geral do Grande Oriente do Brasil e Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho - Executivo Supremo do SANTO IMPÉRIO.
Transmitimos aos irmãos um texto magnífico escrito por nosso querido irmão Felippe Cocuzza, publicado no seu precioso livro: A Maçonaria na Evolução da Humanidade. Sugerimos sua leitura no Tempo de Estudo de nossas Lojas do Grande Oriente de Pernambuco para que possamos cultuar a memória de um Grande Brasileiro - o maior homem deste país: DUQUE DE CAXIAS.
Nos laços da Sagrada Confraria de Salomão,
José Marcelo Braga Sobral Grão-Mestre
Duque de Caxias "Caxias é o herói nacional porque foi o pacificador, garantindo a unidade do Império com seu gênio militar e com seu gênio político, precursor da Convenção de Genebra e da Cruz Vermelha, apóstolo da conciliação, da concórdia, dos Direitos Humanos, da Justiça e da Liberdade. As Lojas Maçônicas do Grande Oriente do Brasil ostentam seu retrato e sua breve biografia, como Grão-Mestre da Maçonaria, um exemplo de integridade moral a serviço da Pátria.
Gênio militar e não apenas um bravo militar, não apenas um tático e um herói capaz de arriscar a vida com seu carisma como fez na ponte de Itororó, mas sem sombra de dúvida um grande estrategista, o maior das Américas, a par dos maiores em todos os tempos e em todos os lugares, soube conduzir todas as campanhas internas e externas com sabedoria, inovando sempre, criando sempre, evitando as vitórias de Pirro. São muitas as provas de sua versatilidade e criatividade, quando assumiu o comando na guerra do Paraguai.
Demorou algum tempo reorganizando o Exército, mandou vir balões para observar as posições inimigas (foi o primeiro a usar tal recurso neste continente), construiu a estrada no Chaco (a mulher de Lopez deu risadas e disse que Aníbal só existiu um, comparando o feito a uma passagem dos Alpes), mas o fato é que, após este plano genial, com a Dezembrada, em um mês venceu todas as posições inimigas e chegou à capital do Paraguai (exatamente de 5 de dezembro de 1868 a 5 de janeiro de 1869).
Muitas outras inovações usou o grande general, em várias de suas campanhas, como a infantaria montada, o corte de abastecimento ao inimigo, a divisão das forças contrarias, a rapidez de movimentos, a surpresa, o despistamento, etc. Na guerra do Paraguai uma de suas grandes glórias foi a chamada marcha de flanco. A maneira como tratou os vencidos, os prisioneiros e os feridos, quando não havia ainda legislação internacional sobre o assunto, veio a ser consignada depois, na convenção de Genebra, em 1864. ora, Caxias já aplicava esse princípio desde a Abrilada no Rio de Janeiro em 1831. e note-se que nessa época, era comum o costume de maltratar e até matar prisioneiros na América do Sul, onde o fuzilamento e a degola eram constantes. Práticas que vieram a ser empregadas na guerra civil em 1894 no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, quando então já havia a convenção de Genebra, mas já não havia a generosa figura de Soldado que foi o Duque de Caxias.
Caxias é o Herói de que tanto precisam nossas crianças e nossos adolescentes, na idade de moldarem suas personalidades e seus ideais. A criança precisa de exemplo moral dos pais, o adolescente precisa do exemplo moral dos heróis.
A palavra Caxias passou a ser um adjetivo que significa; organizado, metódico e, sobretudo cumpridor do dever. Sua correspondência e suas Ordens do Dia são documentos que atestam a sua grandeza de alma. Vejamos alguns exemplos:
" Maranhenses! " Mais militar que político, eu quero ate ignorar os nomes dos partidos que, por desgraça, entre vós existem. Deveis conhecer as necessidades e as vantagens da paz, condição de riqueza e prosperidade dos povos, e confiando na Divina Providência, que tantas vezes nos tem salvo, espero achar em vós tudo que for mister para o triunfo de nossa santa causa". "... a Divina Providência, que de mim tem feito um instrumento de paz para a terra em que nasci, fará que eu possa satisfazer os ardentes desejos do magnânimo monarca e do Brasil todo". "Rio-Grandenses! Segui-me, ajudai-me, e a paz coroará os nossos esforços!". "Lembrai-vos que a poucos passos de vós está o inimigo de todos nós, o inimigo de raça e de tradição". "Abracemo-nos para marcharmos, não peito a peito, mas ombro a ombro, em defesa da Pátria, que é nossa mãe comum".
Na campanha do Uruguai, em 1851, Caxias alertou seus soldados de que a campanha era contra um ditador e não contra o povo uruguaio: "A propriedade de quem quer que seja, nacional, estrangeiro, amigo ou inimigo, é sagrada e inviolável, e deve ser tão religiosamente respeitada pelo soldado do Exército imperial como sua própria honra".
"O que por desgraça a violar, será considerado indigno de pertencer às fileiras do Exército, assassino da honra e da reputação Nacional, e como tal severa e inexoravelmente punido".
Ele definia bem a missão do militar: "A verdadeira bravura do soldado é nobre, generosa e respeitadora dos princípios de humanidade".
Como grande estrategista, era também um grande geopolítico e preocupava-se com as nossas fronteiras, dizendo que "o estabelecimento de colônias militares não é só uma conveniência administrativa, é também uma medida de reconhecida necessidade".
Caxias foi um político no bom sentido: hábil conciliador, patriota e desprendido de interesses pessoais. Por duas vezes foi chamado para ser primeiro-ministro, em situações difíceis, que só ele tinha o tato e a isenção moral para resolver. Uma das recomendações dele como chefe de gabinete: "a mais severa e discreta economia dos dinheiros públicos".
E concluía: "Os atos, senhores, devem valer mais do que as palavras, e peço a todos que julguem por nossos atos".
Um episódio comovente da vida de Caxias deu-se no Paraguai, após uma ocupação de Assunção, quando o grande Chefe estabeleceu seu quartel-general na chácara que pertencera ao pai de Lopez. Um capitão de artilharia teve seu requerimento indeferido para ir visitar a esposa no Rio, desenganado dos médicos, e que queria despedir-se do marido. Ele queria entrar para falar com Caxias, mas foi barrado pelo alferes. Desesperado, o capitão, fora de si quebrando toda a disciplina e toda a hierarquia, conseguiu entrar e pediu a Caxias que o ajudasse, que adorava esposa, que queria vê-la antes de morrer, que sabia que o Marquês (Caxias ainda era Marquês) também adorava sua esposa etc. Os outros oficiais levaram-no para fora, preso, para ir responder a conselho de guerra por indisciplina.
Após terem levado o capitão, Caxias ordenou ao chefe do Estado Maior que mandasse o capitão ao hospital militar para ser submetido a um exame de saúde. O exame deu "estado de superexcitacao nervosa". Então Caxias mandou vir o capitão à sua presença e lhe disse:
"A sua doença requer um tratamento no rio de Janeiro. Concedo-lhe uma licença. Vá com Deus e faço votos para que encontre sua esposa restabelecida". Sábia decisão de um grande Chefe: não interferiu na disciplina e na hierarquia militares, que são sagradas, mas encaminhou o caso para uma solução médica, pois a indisciplina não se dera por desrespeito ou rebeldia, mas sim por uma causa sentimental, que ele, Caxias, tão bem compreendia."
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quarta-feira, 25 de agosto de 2010
DIA DO SOLDADO
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